No dia 25 o Curso sobre o Carisma teve continuidade com um Painel em que os representantes das Congregações: Pe. Antônio F. da Silva (Paulinos); Ir. Líria Fabian (Pias Discípulas); Ir. Lourdes Lara (Pastorinhas) e Ir. Paola Toninatto (Conselheira geral das Apostolinas) expuseram o itinerário de recepção do carisma herdado do Fundador, o bem-aventurado Tiago Alberione, a partir do “aggiornamento” pedido pelo Concílio Vaticano II. Por motivo de força maior a participação de Ir. Antonieta Bruscato, provincial das Paulinas, foi adiada.
Os conteúdos de todas as exposições tiveram um caráter histórico apresentando os temas dos Capítulos Gerais, a expansão, as iniciativas apostólicas que foram sendo atualizadas para responder às necessidades da sociedade e da Igreja. Ficou bem claro também uma grande preocupação com a formação, levando à elaboração de novos planos e propostas formativas e vocacionais.
No dia 26, a irmã Vera Maria Bombonatto, paulina, doutora em Teologia e assessora da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) na Comissão Ampliada para a Doutrina da Fé, apresentou o estudo sobre Jesus Mestre e Pastor, Caminho, Verdade e Vida. Para Alberione, dizia Ir. Vera: “Jesus Mestre é o Bom Pastor, o Bom Pastor é Jesus Mestre; o Mestre é Caminho, Verdade e Vida; o Pastor é Caminho, Verdade e Vida”. E ainda falou e motivou a leitura da Carta do Pe. Valdir José de Castro, Superior geral da Pia Sociedade de São Paulo, sobre o Estudo para a missão, dizendo que é um precioso texto e vale a pena conhecê-lo.
Irmã Vera explicou que os títulos de Jesus Mestre e Pastor expressam uma relação e afirmou que, se chamamos Jesus de Mestre, nos colocamos na posição de discípulos e discípulas; se o invocamos como Pastor, nos colocamos na disposição de ovelhas que escutam à sua voz.
Na segunda parte, Ir. Vera falou sobre os títulos Mestre e Pastor nos Cadernos Alberionianos do período pré-fundacional e nos livros Anotações de Teologia Pastoral e A mulher associada ao zelo sacerdotal. Baseando-se especialmente no livro Gesù Maestro ieri, oggi e sempre, do Seminário Internacional sobre Jesus Mestre (Ariccia, 1996), Ir. Vera afirma que existe uma progressividade e desenvolvimento no emprego dos dois títulos, Mestre e Pastor, por parte do Fundador. Constata que no período fundacional até 1920, nas práticas de piedade, não há alusão específica a esta devoção. Por outro lado, sabe-se que à luz da encíclica Tametsi futura, Alberione sentiu-se chamado à preparar-se para fazer algo pelos homens de sua época. Contudo, nesse documento não se fala de Mestre. Mas, segundo pesquisas, o padre Ricardo Tabarelli, estigmatino, teria sido encarregado por Leão XIII para redigir a encíclica. Na versão por ele preparada constava também o título Mestre.
Alberione certamente estava imbuído desse título, não obstante a devoção mais difundida na Igreja e nos seminários fosse a do Sagrado Coração. Assim, nos primeiros anos da “Casa” havia quadros do Coração de Jesus. É nos Cadernos Alberionianos que vemos, desde início, meditações, estudos e observações a respeito de Jesus considerado como Mestre e Pastor. Em um dos escritos lemos: “Devemos nos afeiçoar a Jesus Cristo, que é nosso Bom Pastor; como ovelhas ao seu pastor, como filhos aos seus pais, como discípulos ao seu mestre”.
Na celebração eucarística e na oração vespertina, os participantes do Curso sobre o Carisma renderam graças à Trindade pelas abundantes graças derramadas sobre todos. Rezou-se também pelos 61 anos da chegada das Irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre ao Brasil, em São Paulo, no dia 26 de julho de 1956. Eram elas: M. Paulina de Lucca, M. Salvatoris Rosa, M. Modesta Grotto, M. Venerina Vaccarisi, M. Giancarla Barale, M. Pasquina Romano e M. Fabiana Lúcido.
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